6 de jan. de 2011

Paradoxo

O meu canto sai seco e confuso
Como o mandacaru menino,
que não sabe se conhecerá a próxima estação
Enxergar o céu, ali do chão, não lhe basta nem acalma, mas tampouco desanima
Seu horizonte de areia é movediço como as dunas dos desertos que nunca conhecerá
E traiçoeiro,
Como as águas que ameaçam, tardam ou sequer anunciam
É o que, por instante, ainda lhe faz cantar

Um comentário:

betucury disse...

Por um instante pensei que o movediço era eu, que de chão tenho apenas o meu contorno riscado a giz, num papel cem por cento algodão...