15 de jan. de 2014

aos filhos de mãe oxum

mover-se, pelo amor ou pela dor, mover-se
mover-se com a beleza das folhas chorosas que pendem exatas sobre a região mais calma daquela queda d'água
ali, a pender nos olhos do fascínio, do delírio, desabafadas
Chorão que se alimenta dessa doce ilusão de águas calmas,
ama sua inclinação de serena deságua, agôa, no pé dos ouvidos atentos, entôa
intentos respingados, ecoam todos eles desconcertados naquela dança, suave, movida pelo amor de doer sem dor, doando cada centímetro seu ao ventre líquido de mãe oxum, linda, a cantarolar folhas e águas e ventos e choros, por todos os cantos de um amor e uma dor dilacerados, enlaçados, inundados
Amado chorão que cobre estas pradarias encharcadas, faz de suas folhas lágrima sagrada e banha, nossa humilde terra firme com doces versos de uma simples manhã de queda, d'álma.