18 de jan. de 2011

Eu fico

Nesses caminhos em direção ao mar, andei a navegar pela ficção.
Necessitamos fixar um ponto um pouco aquém do horizonte, pra perceber que ele passa por nós um dia, ou nós é que passamos por ele.
Se ficcionarmos esse ponto, entretanto, pode ser que ele nunca passe, desapercebido por nosso olhar ofuscado do real.
O Carcará na beira da estrada fixa-se em sua presa e a ela não oferta redenção.
A montanha cortada me acompanha, fixa, na chapada, mas lá nem sempre esteve.
Precisamos de um pouquinho de ficção pra criar a história das montanhas e das presas do Carcará
Pra dizer na nossa, precisamos mesmo é do aficcionamento do olhar, que tudo tem de real e traz no instante a redenção, que ele próprio tanto precisa.

Parece que são muitos os meus caminhos,
mas aquele que eu quero é um só.

Um comentário:

betucury disse...

Eu fixo. O olhar é a arte que não é linguagem nada. É o que provoca e evoca a fala de todo mundo que requer alguma coisa